a imagem: Remedios Varo, Celestial Pablum, 1958.
Desde cedo entendi que o melhor da vida sempre está
por vir e vai depender única e exclusivamente do que foi compreendido e como
foi compreendido no momento anterior...
Entendi que não existe vida curta, tão pouco existe
um longo futuro, e que o tempo é relativamente mutável de acordo com o ponto de
vista assumido, ao olhar para trás, ou para a frente, ou para o que está em
nosso entorno... durante a “caminhada”...
Entendi que seguir em frente, não é opção, é
imposição para quem nasce... e que, parar para refletir, não é condição...
sentimos tudo durante o movimento, que só acontece para frente e, nesta “condição”,
temos de decidir rapidamente, baseado na nossa compreensão, ou não, dos eventos
de nossa “caminhada”...
Entendi que, apegar-se a um conceito, seja ele qual
for, cria entre o indivíduo e o momento, uma ligação que se estenderá até que
um abra mão do outro, ou seja, ou o indivíduo rompe com seu passado ou, se este
é mais forte, aquele vive preso a este (ao conceito) andando eternamente de costas
às novas possibilidades, assumindo um ponto de vista do que se distância sem
ter sido compreendido...
Entendi que a sociedade humana, criou inúmeras
realidades e “confortos” que devem ser conquistados (este computador, esta
nuvem... por exemplo...), mas que sobre tudo não devem ser postos à frente do
entendimento de que tudo deve ser compartilhado, portanto deve-se respeitar as
conquistas, o conforto adquirido, as relações, sejam elas quais forem e sobre
maneira, a transparência das atitudes, boas ou ruins, afinal, estas são frutos
de nossa compreensão daquilo que vivemos enquanto caminhamos...
Desde cedo entendi que apenas o tempo criado pela
sociedade humana, é marcado e cortado em fatias que denominamos horas, dias,
meses e anos. O tempo do universo é contínuo e incessante, marcado apenas pela
transformação da vida, qualquer vida, em um “algo” que dará sustentabilidade,
preservação e retroalimentação a ele mesmo (ao universo), transformação que
acontecerá no espaço de tempo entre o nascer e o morrer.
Entendi que nesta caminhada o que diferencia um humano
de outro é a condição de como aprendemos e o que fazemos com o que foi
aprendido. Isto faz do humano o diferencial de todas as espécies que compõem o
universo.
Entendi que somos os únicos capazes de plantar
flores no caminho, sem esperar pelo sorriso de quem vem após, mas com uma
esperança, quase ingênua, de que esta ação (plantar flores) sirva de
exemplo a ser seguido pelos próximos caminhantes, como única forma de
preservar, qualificar e perpetuar o humano que há dentro de nós.
(IFdA_ Voltando ao BLOG_Feliz 2016)
Um comentário:
Interessante aprendizado, Fernanda.
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